Nos braços verdes, nus,
pousou um bando,
verde, leve,
d'asas glaucas
anunciando
o ocaso do inverno,
Cavalgada de Niebelungos que no longe se perde.
No estio,
o arnês,
do sol
se desfez
num chuveiro
d'oiro mole;
em cada gomo
-- um bago d'oiro
a tentar-me!
Quem me dera,
medronheiro,
como tu,
dar um fruto
que pudesse embriagar-me!
Escuto,
das seivas o corpo ébrio,
todo nu,
bailando no silêncio
rumoroso da floresta,
onde o vento canta
-- a eterna canção da gesta.
Os medronhos,
um a um,
vão caindo,
terminou o festim.
Nas taça, o vinho,
já tem sono,
já tem sonhos de mim.
E o outono,
pelo oiro do caminho,
vindo,
vem bailando
na dança-dos-véus,
dança das névoas.
Terminou o festim.
Principia a saturnália das folhas mortas.
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